quinta-feira, 22 de julho de 2010

A morbidez que disso se arranca

A dor que pende para um lado
[os poetas e seus atestados]
Eu não sou como eles
(nem sei se existe um eu-sou),
eu sou a dor que eles não podem sonhar,
o homem-limite do tempo que voa.
A poesia precisa de várias formas
[das entranhas que adota].
A prosa pura?
É artifício,dentadura.
A poesia é onde as árvores estão.
Cometendo erros bucólicos,
ela se compadece de veneta.
E está feito o estrago:
o rasgo da pele arrastando multidão,de saída.
Não tendo como escapar de si mesmo,
a gente olha e sangra.
E divide com os outros,
a morbidez que disso se arranca.
Eu-não,prato de discurso.
Eu-não,prato de discurso.







Eu não passo de discurso.

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